terça-feira, 26 de agosto de 2008

25 DE 26 de agosto de 2008. Brasília, Ano I

135º dia do Sexagésimo

Queridos amigos

Hoje é terça-feira, 26 de agosto de 2008, aniversário de minha filha Isabel Zaiczuk Raggio, mãe da Ligia Raggio de Souza, que comemorou ontem seu sesquianiversário ao completar um ano e seis meses de nascida. Este hebdomadário está sendo editado em 26 de agosto em homenagem a ambas, Isabel e Ligia!

Olimpíadas de Pequim

A derrota do futebol masculino perante a Argentina quase nos aniquilou, o que nem mesmo a vitória sobre a Bélgica foi capaz de recuperar. Eu desejei que os belgas levassem o bronze, uma vitória sobre o Brasil em terceiro lugar, seria mais valiosa para eles, que o terceiro lugar para nós! Não sabemos lidar com essa mistura do futebol masculino, amador e profissional. Perdemos pela segunda vez para os EEUU no futebol feminino, mas a diferença moral, no entanto, era flagrante: as meninas se desincumbindo mais uma vez, ganharam a prata, mui dignamente. Não perderam o ouro, disse Pelé! E a filhinha de Maurren Maggi que só desejava uma medalha de prata, fez com que a mãe lhe trouxesse o ouro do salto em distância, 7 metros e quatro centímetros, um centímetro a mais que a russa Tatyana Lebedeva. A paranaense Natalia Falavinha nascida em Maringá, conquistou o oitavo bronze para o Brasil, com o terceiro lugar na modalidade Taekwondo!

Respeitável público, ouvintes de casa, meus amigos: foram-se os Jogos Olímpicos, vieram as eleições, aqui e nos EEUU!

O "marquetim político" despolitiza mais do que contribui para o nosso aperfeiçoamento, pois nem mesmo a campanha do Tribunal Superior Eleitoral traz alguma reflexão além da advertência sobre uma oportunidade que não deve ser perdida. O observador que não ve o cometa passando, o condutor que perde a chance de cruzar a linha férrea parado em frente à cancela. Ao buscar um CD no porta luvas, demora tanto que outro trem impede-lhe a passagem!

Pérola da Semana

Marcelo Tas em entrevista cedida pela revista TRIP à revista de bordo da GOL deste mês de agosto, depois de falar do seu atual programa na Bandeirantes, o imperdível Custe o Que Custar ou CQC, ao lhe ser perguntado "Você desliga alguma hora do dia?", respondeu: Sim, desligo uma hora do dia e me ligo no presente. Faço meditação para acalmar a mente. Existem várias técnicas: a mais simples é prestar atenção na respiração. Se você passar cinco minutos só fazendo isso, vai ser mais feliz.

A Crônica de Hoje

Enfim foram 16 dias de jogos, os maoires jogos olímpicos de todos os tempos, 952 medalhas conquistadas. Desde a abertura com a dublagem da menina Lin Miaoke interpretando uma ode patriótica com a voz de Yang Peiyi, a história ancestral da China desprezando os anos da Revolução de 1º de Outubro de 1949, os anfitriões fizeram de tudo para impressionar o mundo com a nova imagem da China! Não só gastaram em infraestrutura desportiva, mas em logística, urbanismo, segurança, preparados inclusive para fazer chover bonbardeando as nuvens. A China obteve primeiro lugar em medalhas de ouro, na frente dos Estados Unidos que conquistaram 36 ouros, conquistou uma centena de medalhas no total, superada somente pelas 110 medalhas dos Estados Unidos. O Brasil conquistou apenas 15 medalhas no total, com profundas frustações, mas também com surpresas agradáveis. No principal, todavia, os chineses não foram nada originais, pois repetiram o espírito performático dos jogos, onde valeu a lei do mais forte, como talvez em todos os jogos olímpicos da chamada Era Moderna. Isto, aliás, é uma responsabilidade não apenas do país anfitrião, mas de todas as nações contemporâneas, ou seja, fazer do esporte um meio privilegiado da integração corpo-mente tão cultivada pela civilização oriental, além do congraçamento e do intercâmbio cultural entre os povos na Era da Globalização. Quem sabe nós brasileiros tenhamos a chance de contribuir para essa renovação dos jogos, alcançando o desiderato de sediar as Olimpíadas de 2016!

Meditação Vipassana

O livro The Art of Living" ou "A Arte de Viver Segundo S.N. Goenka", Livraria e Editora Sette Letras, de William Hart, inicia seu primeiro capítulo, "A BUSCA" reconhecendo que todos buscamos paz e harmonia, por ser o que falta em nossas vidas. Todos desejamos ser felizes, no entanto, a felicidade é um objetivo mais almejado do que alcançado. Todos nós experimentamos insatisfações na vida (...) Além disso, nossas insatisfações pessoais nunca se mantêm limitadas a nós mesmos, ao contrário, estamos continuamente compartilhando nosso sofrimento com os outros (...) Desse modo, tensões individuais combinam-se para criar as tensões da sociedade. É este o problema básico da vida: a sua natureza insatisfatória. Acontecem coisas que não desejamos, coisas que desejamos não acontecem... E ignoramos como ou porque esse processo funciona, assim como ignoramos nosso próprio começo e nosso fim.

Sidarta Gotama, após anos de busca, de experimentar vários métodos, descobriu um modo de ver com clareza a realidade da sua própria natureza e experimentar a verdadeira libertação do sofrimento. Só então, conhecido como Buda, "o iluminado", ele declararia, há 25 séculos:

"Não acredite simplesmente naquilo que lhe disserem ou que lhe tenha chegado de gerações passadas ou da opinião geral ou por ser o que dizem as escrituras. Não aceite algo como verdadeiro por mera dedução ou inferência, ou por considerar aparências externas, ou por parcialidade de uma certa visão, ou pela sua plausibilidade ou porque o seu professor lhe disse que assim é, mas quando você souber diretamente (...) só então você deve aceitar e praticá-los!"