quinta-feira, 18 de setembro de 2008

A Crônica de Hoje

A 20 dias do pleito, continua a campanha pelas eleições de prefeitos e vereadores. A considerar o que prometem, não teremos falta de mais nada, especialmente na saúde. Os que estão no poder, demonstram o muito que já fizeram e o que ainda falta fazer, uma das razões mais importantes de sua candidatura, na linha do discurso de sempre "time que está ganhando não deve mudar". A oposição se apresenta como arauto da moralidade pública denunciando os gastos com propaganda, que dariam para construir mais tantas escolas, unidades de saúde e outros serviços. Assim, ganhe situação ou oposição, serão contratados mais professores, mais médicos; serão construídos novos postos, centros e hospitais para todos os ciclos e espaços de vida: Posto de Saúde Rural, Centro de Saúde do Adolescente, Hospital do Idoso e por aí afora. Até parece que a oferta vai disciplinar a demanda aleatória de gente insatisfeita por falta de vínculo com os estabelecimentos, as equipes e os profissionais de saúde, como se a soma das partes resultasse no bom atendimento do todo. Integralidade não é o acesso de todos a tudo, mas o atendimento do indivíduo todo. Indivíduo, é bom recordar, é uma palavra que se constituiu para registro de uma constatação muito simples e essencial, a de que a pessoa é indivisível. Acrescente-se que as comunidades constituem complexidades específicas que, ao serem divididas, mais se enfraquecem do que se revigoram dos males e achaques que as acometem. A complexidade está no desafio de atender a todos com escuta e cuidado adequados à sua individualidade, com integridade e justiça. A complexidade está no todo de cada um e em cada um de todos. As obras, as máquinas de exame, os medicamentos e os computadores ajudam, mas não substituem atenção e cuidado. É preciso cuidar mais e referenciar menos, porque a complexidade não se alcança pela soma das partes, mas pelo respeito à unidade somática, psíquica e social dos indivíduos e das comunidades.